"The Journey", o subtítulo do título aqui em questão é uma excelente forma de o descrever. Este novo título inserido na série Fable leva-nos, de facto, ao longo de uma jornada, que apesar de ter apenas a duração de alguns dias, dá a sensação de ser maior do que é na realidade.
Esta jornada pouco ou nada tem a ver com os títulos anteiriores de Fable. Quer dizer, o mundo de fantasia em que está inserido é o mesmo, com alguns anos em cima (o jogo tem lugar 50 anos após Fable III), mas falando exclusivamente da jogabilidade, este é um jogo completamente diferente. Sendo um exclusivo para o Kinect, Fable: The Journey é jogado recorrendo aos controlos por movimentos, e vale a pena notar que a tecnologia usada na sua criação é a mesma que deu vida à impressionante demo tecnológica de Milo e Kate.
Com uma fantástica tecnologia a servir como base, Fable: The Journey revela-se uma tremenda desilusão. Não sabemos se todo o potencial de Milo e Kate está aqui a ser usado, mas sabemos que jogar esta nova entrega dos estúdios Lionhead é um enorme aborrecimento, para além de ser um gigante passo atrás em comparação com os três jogos Fable anteriores.
Fable: The Journey gira em torno de Gabriel, um jovem simples pertencente a um grupo de nómadas que se perde do comboio de carroças no qual viajava. Como companheira e amiga tem apenas a sua égua, Seren, que puxa a sua carroça e uma velha vidente que encontra pouco tempo após se separar do seu grupo.
Na sua jornada para se encontrar com o grupo, Gabriel dá de caras, inesperadamente, com um antigo mal que ameaça destruir Albion. De um simples individuo, Gabriel passa ao único herói com o poder para impedir esta ameaça. Com a ajuda de três antigos heróis de Albion, que lhe concedem manoplas mágicas, Gabriel lutará contra a Corruption, o nome dado a este antigo mal.
Nos caminhos enfadonhos desta jornada há algumas paragens onde podem tratar da égua, como dar-lhe de comer, beber, curar-lhe as feridas e penteá-la. É um pouco como Kinectimals, porém mais limitado. Mas há que dar mérito ao jogo por conseguir criar uma ligação entre homem e animal. A égua acaba por ser a segunda personagem mais relevante de The Journey, ainda que não fale, é ela que torna possível a viagem e que permite escapar dos perigos que espreitam nas estradas de Albion.
Não é só o estilo de jogo que mudou. A Lionhead trocou o motor usado nos outros Fable pelo Unreal Engine 3. O resultado é um mundo vibrante e colorido. É pena que o caminho a seguir seja sempre em linha reta.
A única dificuldade que vão encontrar está nos controlos. Nem sempre os nossos movimentos são reconhecidos devidamente, e a luta para que o Kinect nos obedeça é constante. Basta um movimento mais brusco para que o Kinect não o reconheça
O que sobrou da identidade RPG dos Fable anteriores não é mais que a melhoria das habilidades de Gabriel. Com a experiência ganha, poderão pausar o jogo e escolher melhorar um dos feitiços de Gabriel, aumentar a saúde ou a quantidade de mana disponível para os feitiços. Aumentar a saúde da égua também é uma das opções. Acaba por ser irrelevante se melhoram qualquer um destes aspectos, o nível de dificuldade em The Journey é muito baixo e dificilmente vão perder, o que retira o gozo de melhorar a personagem.
Onde Fable: The Journey consegue sair da monotonia das viagens cansativas a cavalo e do combate on-rails pouco desafiante é nos confrontos com os bosses. Nestas ocasiões o combate continua on-rails, e a única opção de movimentação existente é para esquerda ou direita, algo que podem fazer inclinando o corpo para um dos lados. Mas, ao contrário dos outros inimigos de The Journey, os bosses não se limitam a ficar parados à espera que os ataquemos. Isto é, pelo menos encontramos um pouco de desafio.
Sinto-me forçado a mencionar Sorcery, um título que analisei há uns meses atrás e que conta com a mesma premissa de Fable: The Journey: somos um feiticeiro que acabou de ganhar os seus poderes e temos que impedir um mal de destruir o mundo. A diferença de Sorcery para The Journey, é que os controlos por movimentos funcionam, e não só, tornam-no num jogo mais interessante do que se fosse jogado com os controladores tradicionais. O sentimento que Fable: The Journey transmite é que o Kinect limitou não só a jogabilidade como o conceito que a Lionhead tinha em mente.
A diversão é apenas momentânea e é rapidamente substituída por repetitividade. O jogo debate-se para apresentar novidades ao longo da jornada, as únicas ocasiões em que o consegue fazer são os já referidos encontros com os bosses. The Journey é assim um jogo pouco recomendável, seja para quem procura algo para se entreter ou para quem quer esteja à procura de uma boa estória. Neste título não vão encontrar nenhum dos dois.
Fable: The Journey é a prova de que em determinados géneros, o Kinect representa um retrocesso em vez de progresso. O mais impressionante, pelo lado negativo, foi a falta de honestidade de Peter Molyneux (que já abandonou os estúdios Lionhead) enquanto o jogo estava em produção. Mais que uma vez foi sublinhado que Fable: The Journey não era um jogo on-rails, no entanto, o que tem
os em mãos é um jogo on-rails pouco inspirado e com pouca criatividade. É pouco recomendável seja a quem for, sejam fãs de Fable ou não.
Nota Final : 5 / 10
Sinto-me forçado a mencionar Sorcery, um título que analisei há uns meses atrás e que conta com a mesma premissa de Fable: The Journey: somos um feiticeiro que acabou de ganhar os seus poderes e temos que impedir um mal de destruir o mundo. A diferença de Sorcery para The Journey, é que os controlos por movimentos funcionam, e não só, tornam-no num jogo mais interessante do que se fosse jogado com os controladores tradicionais. O sentimento que Fable: The Journey transmite é que o Kinect limitou não só a jogabilidade como o conceito que a Lionhead tinha em mente.
Fable: The Journey é a prova de que em determinados géneros, o Kinect representa um retrocesso em vez de progresso. O mais impressionante, pelo lado negativo, foi a falta de honestidade de Peter Molyneux (que já abandonou os estúdios Lionhead) enquanto o jogo estava em produção. Mais que uma vez foi sublinhado que Fable: The Journey não era um jogo on-rails, no entanto, o que tem
os em mãos é um jogo on-rails pouco inspirado e com pouca criatividade. É pouco recomendável seja a quem for, sejam fãs de Fable ou não.
Nota Final : 5 / 10






